Jovens angolanos reflectem sobre Autarquias locais como factor de desenvolvimento comunitário

Por Valeriano da Fonseca, jovem comunicador correspondente da Angola
Mentoria Rhafaela Resende
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Oportunidade de progresso comunitário em Angola em foco na reflexão juvenil

Cerca de 100 jovens estiveram reunidos no sábado, 12 de Abril, em Luanda, para reflectir sobre as autarquias locais como factor de desenvolvimento comunitário.

A Roda de Diálogo Comunitário, que juntou jovens de diferentes estratos sociais, foi uma iniciativa da Associação para Mulher e Criança em parceria com Associação Juvenil de Apoio às Comunidades, e foi presidida pelos sociólogos Rafael Aguiar e Carlos Conceição.

Em Angola, autarquias locais é um dos assuntos mais discutidos nos últimos tempos, apesar de não estar implementada ainda, representa uma esperança para a descentralização do poder e uma maior autonomia na gestão dos assuntos locais.

A implementação das autarquias em Angola, visa transferir responsabilidades e orçamentos para as istrações locais, permitindo que as comunidades participem directamente na identificação e resolução dos seus próprios problemas.

Os jovens, por sua vez, têm buscado cada vez mais espaços de participação, seja através de associações juvenis, plataformas cívicas ou mesmo nas redes sociais, para discutir e pressionar por uma maior inclusão nas decisões que afectam o seu futuro. Um exemplo claro, é este encontro levado a cabo pela Associação para Mulher e Criança em parceria com a Associação Juvenil de Apoio às Comunidades, em Luanda. Os jovens particularmente anseiam pela implementação efectiva das autarquias locais.

Para o sociólogo Carlos Conceição, “as autarquias reforçam o sentido da democraticidade e a liberdade de participação na vida pública e nos grandes processos de tomadas de decisão”. Enquanto que sobre a implementação das autarquias em Angola, numa altura em que o território nacional sofreu uma nova divisão no quadro istrativo, o sociólogo disse que “a nova divisão político istrativa não belisca o princípio das autarquias”, porque a mesma pode ser implementada na perspectiva gradual ou territorial.

Andreia Bartolomeu, líder jovem presente no encontro, sublinhou a imperatividade de incluir as mulheres nos processos decisórios de projetos sociais, argumentando que “esta parcela da população exerce uma influência significativa nas dinâmicas comunitárias, porque nos dias de hoje, as mulheres estão em todos os lados, principalmente nas praças onde muitas fazem de tudo para conseguir o pão do dia-a-dia. Onde as quias conseguem partilhar informações e muito rapidamente influenciar colegas e até mesmo compradores, por isso, é importante também conta-las na participação da vida pública”.

Por sua vez, Filipe Ndofula, presidente da Associação para Mulher e Criança, ressaltou a importância de fomentar mais iniciativas desta natureza, visando manter o debate sobre as autarquias vivas e presentes na agenda pública, dada a sua relevância para o futuro das comunidades angolanas. A reflexão dos jovens em Luanda demonstra um crescente interesse e engajamento da nova geração em temas importantes para o desenvolvimento do país. “Nós precisamos fortemente começar a compreender que as autarquias são o futuro das nossas comunidades. Por isso, é fundamental que iniciativas como esta continuem a nascer, sobretudo, no meio da juventude, assim, vamos manter o debate vivo e os jovens engajados na construção do país que todos almejamos”, completa Filipe. 

A discussão sobre as autarquias locais e a participação juvenil é de extrema importância, numa altura em que se busca por maior inclusão social, a efectivação desses mecanismos de participação se torna um pilar fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.

Importa referir que, as autarquias representam a oportunidade de aproximar o poder das pessoas. Porque quando as decisões são tomadas mais perto da comunidade, é possível ter uma resposta mais assertiva para os principais problemas. Pois, diante desta realidade, estaríamos a combater a ineficiência e a burocracia excessiva, permitindo assim, que os recursos sejam alocados de forma mais eficaz e que os projectos realmente impactem directamente a vida dos cidadãos. Porque quando os cidadãos estão envolvidos nos processos de decisão e fiscalização local, existe maior chance de se gerir bem os recursos públicos.

O engajamento dos jovens neste debate é particularmente encorajador, porque são eles a força motriz do país e que trarão novas perspectivas, energia e soluções inovadoras para os desafios existentes.

Espera-se com muitas expectativas que com esta Roda de Diálogo Comunitário, os participantes particularmente os jovens, possam ter a capacidade de se transformar em agentes de mudanças e partilhar activamente as informações nas suas comunidades.

Considerando o papel crucial das autarquias na aproximação do poder às pessoas e na resolução de problemas locais, é fundamental que os jovens reconheçam que as decisões tomadas localmente são mais assertivas. Assim como, a participação em encontros como estes não são apenas debates teóricos, são reflexos para a mudança real. Porque eles demonstram que há uma demanda crescente por mais democracia e participação na vida pública em Angola.

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